Blogroll

"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

15 de julho de 2015

Neopentecostalismo paradoxal: o que os metodistas querem com isso


Renê Terra Nova ungindo "apóstolos"
Renê Terra Nova ungindo “apóstolos”
Já há muito tempo o namoro entre pentecostais e metodistas é algo do conhecimento de muitos. A prova disso é a Igreja Metodista negra americana, que é uma referência em se tratando de um pentecostalismo verdadeiro.
Aos que não sabem, o metodismo é o ramo do protestantismo oriundo dos pensamentos e da teologia de John Wesley. Sendo assim, a teologia que rege os metodistas é a teologia wesleyana, fundamentada em suas bases essenciais: a salvação, a santificação e a piedade.
Ou seja, se alguém diz seguir a teologia wesleyana, é preciso que sua vida prática espelhe salvação, santificação e piedade.
A grande questão é que o pentecostalismo brasileiro não se fundamenta nesses princípios, pois o pentecostalismo brasileiro está fundamentado em duas bênçãos: salvação e batismo do Espírito Santo.
Então a pergunta que gostaria de fazer inicialmente: por que metodistas brasileiros se sentem tão influenciados por um pentecostalismo que se diferencia em muito da teologia wesleyana?
Essa pergunta fica mais complexa quando analisamos que muitas lideranças da Igreja Metodista brasileira estão se deixando levar pelo neopentecostalismo. Isso mesmo, o neopentecostalismo fundamentado nas doutrinas apostólicas, vindas de líderes como Renê Terra Nova, Estevan Hernandes, Neuza Itioka, Valnice Milhomens e sua turma!
Isso é facilmente visto em muitas igrejas metodistas, que aderiram à metodologia de células, encontros de poder, quebra de maldições, cura interior, cair na unção, cultos da arca, enfim, o pacote neopentecostal em um todo.
Fico admirado por algumas lideranças metodistas se sentirem atraídas pelo lixo doutrinário que nem mesmo alguns segmentos pentecostais aceitam em suas igrejas. Digo isso porque no meio pentecostal, apesar de raro, ainda existem líderes que não se deixam levar por modismos e métodos que só envaidecem, cegam e corroem a sã doutrina.
Lembro-me de uma viagem no interior do Estado do Rio de Janeiro, onde vi uma faixa em frente a uma igreja metodista anunciando uma campanha de libertação e milagres. Na época achei estranho, mas deixei passar. Porém, com o tempo comecei a olhar mais de perto o que estava ocorrendo na Igreja Metodista.
Talvez você me pergunte: você é metodista?
Não, eu não sou um metodista. Porém meus estudos teológicos foram feitos na Faculdade Teológica da Igreja Metodista. Meus colegas de sala são hoje pastores e pastoras metodistas.
Ao observar que muitas igrejas aderiram à metodologia G12, me senti na obrigação de testemunhar minhas experiências com esse sistema. Fui pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, uma das igrejas precursoras do sistema G12 no Brasil. Participei de todos os processos, porém o que vi não é nada agradável, pois vi a igreja que eu frequentava ser destruída, dividida, esfacelada, não só na igreja local mas também na igreja nacional.
Os maiores estragos estavam na deturpação da Palavra, na perda da identidade da igreja e na destruição do caráter puramente cristão, de que a igreja tinha e que deveria ter. Lamentavelmente, vejo que esses processos, de forma lenta, já estão acontecendo na Igreja Metodista.
Primeiro, porque algumas igrejas estão destituindo a Escola Bíblica Dominical. Muitas igrejas fundamentam as bases da teologia wesleyana em encontro e reencontros, sem contar que tudo se fundamenta na “visão”.
Triste engano.
Carregamento e adoração de réplica da arca da aliança em Igreja Metodista que agora tem "apóstolo"
Carregamento e adoração de réplica da arca da aliança em Igreja Metodista que agora tem “apóstolo”
Como podem lideranças metodistas trocar uma teologia fundamentada como a wesleyana pelos devaneios das doutrinas neopentecostais? Eu respondo com a experiência que tive ao indagar um colega de turma da Faculdade de Teologia, que nos dias acadêmicos era uma pessoa simples e humilde. Após um tempo de pastoreio, começou a publicar nas redes sociais suas viagens e seus gastos advindos de uma prosperidade fruto da teologia da prosperidade. Indaguei-lhe o que tudo isso tinha a ver com a Palavra de Deus e com a doutrina de Wesley. Ele me respondeu com outra pergunta: “que carro você tem? Você já foi para Israel?”
Está aí a resposta do porquê muitos líderes metodistas estão trocando a teologia wesleyana, fundamentada no Evangelho de Cristo, por doutrinas e modismos neopentecostais. O desejo é de poder, de lucro, enriquecimento.
Muitos pastores e pastoras não querem uma vida simples, mas querem desfrutar dos tesouros desta terra. Para isso, não vão poupar esforços para que as igrejas cresçam e lucrem cada dia mais.
Para isso, não medirão esforços, mesmo que isso custe a história e as essências de uma Igreja que faz parte da história do cristianismo no mundo.
Muitos metodistas já começaram a se levantar contra esse movimento nas redes sociais, principalmente pelo Facebook, na página Observatório Metodista, onde denúncias e debates acontecem todos os dias. Foi lá nessa página que vi a denúncia de que a Igreja Metodista já tem um “apóstolo ungido” por Renê Terra Nova. A igreja fica em Cabo Frio, no Rio de Janeiro.
Fico a me perguntar o que um pastor metodista tem a ouvir e a aprender com Renê Terra Nova, um esquizofrênico deturpador da Palavra de Deus.
Tristes dias. Só posso crer que o desvio da sã doutrina está cegando a muitos.
Lamentável. Mas os metodistas não estão sozinhos nessa batalha.
Certa vez perguntaram para Wesley: “o que é um metodista?”. Ele respondeu: “um metodista é um verdadeiro cristão”.
Sendo assim, acredito que estou lutando em vida para cumprir essa palavra, e não vou permitir que falsos cristãos deturpem a Palavra de Deus.
Em outro artigo que publiquei sobre a intervenção na Faculdade de Teologia, dei o título de “O povo do coração aquecido está esfriando“. Porém, diante de tudo o que tenho visto, sinto em afirmar que muitos metodistas estão querendo esfriar.
Graças a Deus que a Igreja Metodista tem muitos que ainda não se dobram para Baal e os deuses deste mundo. É por esses que vale a pena lutar.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

0 comentários:

Postar um comentário

Comenta! Elogia! Critica! É tudo para o Reino!

Considere apenas:
(1) Discordar não é problema. É solução, pois redunda em aprendizado! Contudo, com modos.

(2) A única coisa que eu não aceito é vir com a teologia do “não toque no ungido”, que isto é conversa para vendilhão dormir... Faça como os irmãos de Beréia e vá ver se o que lhe foi dito está na Palavra Deus!
(3)NÃO nos obrigamos a publicar comentários ANÔNIMOS.
(5) NÃO publicamos PALAVRÕES.

“Mais importante que ser evangélico é ser bíblico” - George Knight .